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The Velvet Vampire (1971)



[Contém spoilers!]


O delírio vampírico de Stephanie Rothman começa com aquele cara chato típico que vem dar em cima da moça na balada e a moça dá um chega-prá-lá nele. O problema é que, depois descobrimos, o cara, Lee, e a moça, Susan, são casados. Mas OK, eles podem estar querendo não demonstrar isso no clube em que estão pois, pelo que entendi eles são um casal de swingers, mas quando entra em cena Diane LeFanu (uma referência a Sheridan LeFanu, escritor de Carmilla), toda vestida de vermelho, e Lee se oferece para pegar uma bebida para a sedutora Diane, deixando Susan com Carl Stoker (mais uma referência), um artista que está expondo sua obra no clube onde os personagens se encontram. Ao voltarem para perto de Susan, Lee informa à esposa que foram convidados a passar o final de semana na casa de Diane, que fica no meio do deserto.



Na ida para a casa de Diane, o carro do casal quebra, e ela surge num buggy pelas dunas, e os leva para sua casa. Lee se rende à Diane, mas Susan permanece enciumada. Quando dormem, ambos tem o mesmo sonho: estão juntos numa cama no meio do deserto e Diane surge do espelho, pega Lee pela mão e o afasta de Susan. Ambos acordam assustados e relatam um ao outro o sonho, que para Susan foi este, mas para Lee foi ligeiramente diferente, pois ele sonha que a esposa está afastando o marido de si.


No quarto onde dormem existe uma espelho igual ao do sonho, e Susan se sente bastante desconfortável em relação a ele, alegando se sentir vigiada. E ela realmente está sendo vigiada por Diane, que fica observando o casal por trás do espelho numa sala vermelha adornada com um crânio humano, numa das cenas mais bonitas do filme.


Uma das cenas mais bonitas que eu já vi.

O casal não parece se dar conta de que algo está estranho; continuam fazendo passeios de buggy pelas dunas até uma cidade típica de Velho-Oeste e o cemitério local onde está o marido falecido de Diane. Aliás, o passeio de buggy gera um diálogo muito nonsense. Susan, que até então estava enciumada, especialmente porque flagrou Lee e Diane fazendo sexo no tapete da sala-de-estar, passa a se sentir atraída pelo charme de Diane, e quem passa a sentir ciúme é o marido, até que ele resolve que quer ir embora e telefona para o mecânico para o qual seu carro foi mandado, recebendo a notícia de que uma mulher falou para ele não ter pressa. Mas ai tudo já está perdido.


Li resenhas que escrachavam totalmente o filme. Ok, concordo com alguns pontos do que li: o filme “testa” sua paciência, os personagens são idiotas, tem um roteiro preguiçoso que dava pra ter sido mais bem explorado. É um filme visualmente bonito, mas mal conduzido. Na cena final, em que os moradores dos arredores do deserto onde mora Diane se juntam e empunham crucifixos em sua direção, matando-a, não tem o menor sentido: se ela não morreu andando ao sol, por que vai morrer com a imagem do crucifixo? Mas eu não vou implicar com a vampira habitando o deserto porque no folclore vampírico os vampiros sempre andaram durante o dia, e que esse incremento do medo do sol só aconteceu por volta do século 19. O próprio Drácula, em Bram Stoker's Dracula (1992), anda durante o dia.


Ouse dizer que essa cena não é maravilhosa! Rs!

Mesmo com tudo isso eu gostei, mas sou obrigada a admitir que mais pela estética do que pelo roteiro. The Velvet Vampire tem cenas lindas, mas para por aí, porque a história é muito sem sentido e os personagens não possuem vida, profundidade, além do fato de os atores serem péssimos, dando só uma chance para a Celeste Yarnall, que encarna a vampira Diane. Mas se você estiver afim de ver um filme bonito com uma vampira sedutora e misteriosa, é um prato cheio.



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