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Ursula K. Le Guin (1929 - 2018)

Ursula Kroeber Le Guin foi uma escritora americana conhecida por suas obras de ficção científica e ficção especulativa. Sua primeira publicação se deu em 1959 e sua carreira literária estendeu-se por quase 60 anos, produzindo 23 romances e mais de 100 contos, além de poesias, crítica literária,  obras de não-ficção, traduções e literatura infantil. Filha de um antropólogo e uma escritora, Ursula esteve ligada à literatura desde a infância. Frequentou a Radclife College e a Universidade de Columbia.





Ursula utilizou da ficção científica para tratar de temas universais e importantes, influenciando toda uma geração de autores que viriam a seguir. Com frequência, a autora subvertia os lugares comuns da ficção especulativa, além de seu uso de dispositivos estruturais ou estilísticos incomuns em livros como na obra experimental “Always Coming Home” (1985). Além disso, também explorou estruturas políticas alternativas em muitas histórias, como na parábola “The Ones Who Walk Away from Omelas” (1973) e no romance “Os Despossuídos” (1974).





Ao longo de sua carreira, a autora recebeu diversos prêmios, incluindo oito Hugos, seis Nebulas e vinte e dois Locus; em 2003, tornou-se a segunda mulher a ser agraciada com o título de Grand Master da Science Fiction and Fantasy Writers of America. A Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos (EUA) nomeou-a uma "Lenda Viva" em 2000 e, em 2014, ela ganhou a Medalha por Contribuições Distintas às Letras Americanas da National Book Foundation.





Le Guin criou obras que propõem discussões sensíveis sobre assuntos pertinentes - gênero, feminismo, alteridade, filosofia, raça e sexualidade -, e seu livro “A Mão Esquerda da Escuridão” é considerado pela crítica especializada não só um dos mais importantes livros de ficção científica já escritos como também uma verdadeira obra-prima da literatura moderna. Por este romance, ela ganhou tanto o prêmio Hugo quanto o prêmio Nebula de Melhor Romance, tornando-se a primeira mulher a realizar esse feito.





Em “A Mão Esquerda da Escuridão”, Ursula narra a história de Genly Ai, um humano que tem como missão persuadir os governantes do planeta Gethen a se unirem a uma comunidade universal. Entretanto ele se depara com uma cultura complexa em que homens e mulheres são um só e nenhum ao mesmo tempo, não havendo gênero definido. Mas Genly é humano demais. A menos que consiga superar os preconceitos nele enraizados a respeito dos significados de feminino e masculino, ele corre o risco de destruir tanto sua missão quanto a si mesmo.



“Nós somos vulcões. Quando nós, mulheres, oferecemos nossas experiências como nossas verdades, como verdades humanas, todos os mapas mudam. Surgem novas montanhas.”

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