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Jackie Kong: como sua irreverência e criatividade revolucionaram o Cinema de Horror

Para começar com o pé direito nossa nova seção “Diretoras que amamos”, vamos falar sobre a incrível Jackie Kong! Eu descobri o trabalho dela por acaso, pesquisando filmes dirigidos por mulheres, e assim que me deparei com “Blood Diner” logo me apaixonei e quis saber mais sobre o trabalho dessa diretora. Espero que todos que conheçam sobre a vida e a carreira dela, também se apaixonem, assim como eu.

Jackie Kong é uma diretora, produtora e roteirista que nasceu no dia 14 de Junho de 1957, na Califórnia. Jackie dirigiu seu primeiro filme em 1983, o Horror "The being". O filme conta a história de uma cidade fictícia chamada Pottsville, cujos moradores estão desaparecendo misteriosamente, deixando apenas uma poça de lodo verde para trás. Então, o prefeito da cidade (José Ferrer) que suspeita que algo monstruoso está assombrando a cidade, contrata um engenheiro de segurança química (Martin Landau) para investigar o caso. Driblando a falta de dinheiro e esbanjando criatividade, Jackie consegue fazer efeitos e maquiagens incríveis no filme, além de criar um clima de suspense e causar repulsa ao mesmo tempo, características essas que o tornam um ótimo exemplar do Horror sci-fi que volta à tona nos anos 80, resgatando e remetendo à filmes como "O planeta proibido" (1956) e "A ameaça" (1951).

The Being (1983)

Em 1984 Jackie sai do Cinema de Horror e entra no mundo da Comédia, com o filme "Night Patrol" - que ela dirigiu, escreveu, produziu e editou. O longa conta a história de um policial que é transferido para trabalhar no turno da noite, mesmo que ele tenha uma carreira clandestina como um comediante que se apresenta às noites e sempre performa utilizando um saco de papel na cabeça. Linda Blair - a renomada atriz de "O exorcista" - estrela o filme, que a fez ganhar o prêmio de "Pior Atriz" nos Prêmios Razzie. O filme contou com uma crítica dividida entre pessoas que o adoraram e pessoas que o odiaram, assim como a maioria dos filmes de Jackie Kong: ame-os ou deixe-os. Kong continua no gênero comédia com o seu filme seguinte, "The Underarchievers" (1987), cuja narrativa tem como personagem principal um policial da divisão de Narcóticos que se infiltra como estudante em uma escola noturna para desvendar um cartel de drogas (seria essa a inspiração para Anjos da Lei?). Apesar de conseguir sucesso e continuar a inovar e chocar nas comédias, Jackie declara: "Fazer um filme de monstro na verdade é muito mais divertido do que fazer comédia. As pessoas assistem comédias e porque elas estão rindo, pensam que deve ser muito divertido de se fazer, quando na verdade é um trabalho mais pesado do que fazer um filme de monstro. Há algo sobre maquiar e colocar todo mundo em fantasias e criar uma hiperrealidade, isso é muito mais divertido."

Night Patrol (1984)

Sendo assim, Jackie volta para o Cinema de Horror em 1987 com "Blood Diner". Blood Diner conta a história de dois irmãos (Rick Burks e Carl Crew) que ressuscitam seu já falecido tio (Drew Godderis). Uma vez que o ressuscitam, e ele se torna um cerébro dentro de uma jarra, o tio lhes dá a missão de acordar uma antiga deusa egípcia: para isso eles tem que coletar diversas partes do corpo de várias mulheres, para servi-las em um banquete de sangue, onde uma virgem deve estar pronta para ser devorada pela deusa, completando assim o sacrifício. Enquanto isso, dois detetives (LaNette LaFrance e Roger Dauer) trabalham juntos pra impedir que isso aconteça. O filme renovou o gênero do Horror pois combina elementos do slasher, do cinema exploitation, do gore e da comédia, criando um novo subgênero diferente de tudo. Kong consegue juntar toda a sua experiênca em Horror e em comédia para criar uma narrativa delirante e um visual único pro filme (pretendo fazer uma crítica mais detalhada sobre ele em breve), e a irreverência e criatividade da diretora que fazem o filme ser tão especial, tendo adquirido hoje em dia o status de um filme "cult". O filme novamente divide a audiência, tendo 51% de aprovação do público no site Rotten Tomatoes, mas sendo bem recebido por diversos críticos.

Blood Diner (1987)

Agora que você já sabe um pouco mais da história dessa cineasta incrível, pode ir correndo procurar os filmes dela pra assistir, e depois nos contem o que acharam. Ah, e acompanhem essa seção, ainda falaremos de muitas outras diretoras maravilhosas que tocam o terror!

 sobre o mulheres no horror: 

 

O Mulheres no Horror é um espaço de troca de informação, onde  compartilhando artigos e resenhas sobre livros e filmes, publicamos dicas sobre a temática, contamos a histórias de mulheres e pessoas queer que fazem parte do cinema e literatura de Horror, realizamos traduções de textos, entrevistas com pesquisadoras e cineastas, dentre outros conteúdos.

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